Existem muitos fatores que matam as idéias antes mesmo delas nascerem. Veja como evitar isso |
“Imaginação é o ínicio da criação. Nós imaginamos o que desejamos; nós seremos o que imaginamos; e, no final, nós criamos o que nós seremos.” |
George Bernard Shaw |
Há muitos executivos e empresas cientes de que precisam preparar-se para trabalhar com o inédito. Enquanto alguns já fazem isso, outros tentam, mas não conseguem. Existem muitos fatores que matam as idéias antes mesmo de elas serem testadas. O foco tem de ser concentrado na idéia. Ela é o instrumento mais efetivo de diferenciação. Porém, para ter boas idéias, é necessário ter a criatividade bem desenvolvida, estimulada e valorizada.
A 3M é um dos clássicos exemplos que provam que a criatividade nas organizações é um bom negócio. A empresa tem a filosofia de solucionar problemas dos consumidores por meio de inovações, e nada menos que 30% de seus lucros provêm de produtos com menos de quatro anos de existência. Não é por acaso que ela detém mundialmente a marca The Innovation Company. As empresas que praticam a inovação desenvolvem facilitadores como estrutura descentralizada, reconhecimento dos funcionários, ausência de punição por erros e estímulo à experiência. Além disso, praticam o permanente treinamento de suas equipes nos requisitos básicos da inovação: criatividade, empreendedorismo, projetos e mudanças. Vejamos agora, algumas atitudes que tornam o ambiente empresarial propício à inovação.
1. Comunique A empresa precisa manter um canal permanente de comunicação com os seus funcionários. Vários meios podem ser usados para isso: mural, circular, jornal ou revista internos, e-newsletter, e-mails, vídeos e outros. Estando bem informados sobre os problemas, as oportunidades e as dificuldades da empresa bem como sobre as atividades da concorrência, os funcionários poderão usar seu potencial criativo para gerar a inovação que vai ao encontro das necessidades da empresa. Em princípio, isso tudo é aplicável à sua comunicação também com filhos, esposa, amigos. Contate o coração de todos eles.
2. Desafie É preciso que a empresa demonstre gosto por desafios e compartilhe isso com seus colaboradores. Atitudes como desafiar um funcionário ou um grupo a encontrar soluções para um determinado problema, simplificar um processo ou sistema, melhorar a qualidade de um produto ou encontrar novos canais de distribuição são muito motivadoras e produtivas. Que tal desafiar-se a encontrar mais tempo para ficar com seu filho e ouvir o que ele quer lhe contar?
3. Abomine a hierarquia rígida A empresa que mantém uma hierarquia rígida inibe a criatividade das pessoas. Num sistema assim, como elas se sentirão à vontade para apresentar uma idéia inovadora para seus superiores? Como terão acesso a alguém de posição mais elevada? A rigidez hierárquica é algo que você pode combater na própria vida familiar. Role no chão com as crianças, deixe o terno amassar e o cabelo despentear. E, se a camisa rasgar, não se incomode: a risada que os baixinhos vão dar terá feito valer a pena.
4. Exija A exigência positiva (não aquela que serve só para estressar, irritar e desgastar) força as pessoas a usar mais seu potencial de criatividade e inovação. Jamais aceite uma única idéia, pois isso é pouco. Quem tem mais de uma idéia tem mais de uma opção. Nas empresas pela qual trabalhei em toda minha vida como executivo, nunca aceitei uma idéia só. Quando algum funcionário vinha à minha sala apresentar a solução de um problema ou uma nova idéia, aprimeira coisa que eu dizia era: “Ótimo. E quantas idéias você tem para resolver esse problema?” Se o funcionário tivesse apenas uma, eu pedia para que ele pensasse em mais cinco opções e que voltasse para conversarmos. O resultado da minha exigência é que todos eram estimulados (ou impelidos) a usar mais seu potencial criativo. Chegamos a uma fase em que ninguém entrava na minha sala com menos de três ou quatro idéias diferentes para cada assunto. Produzindo múltiplas idéias, você verá aumentar suas chances de solucionar as situações. Isso sem falar que uma idéia puxa a outra. Sempre pratiquei o exercício de associar idéias com meus filhos desde muitos pequenos para que eles já se habituassem a usar toda a sua criatividade.
5.Desligue o piloto automático Há uma tendência do ser humano à acomodação. É muito mais fácil deixar as coisas no piloto automático, não questionar nada e ir levando a vida da maneira como sempre o fizemos. Há uma boa razão por que você não deve permitir isso: o fato de uma coisa ser feita sempre da mesma maneira não significa que seja a melhor maneira. Assim começa a gestão da inovação.
6. Acabe com os preconceitos “Sua idéia já foi tentada no passado e não deu certo.” “Isso não vai funcionar.” “Que outra empresa já fez isso?” “Os clientes estranharão essa mudança.” “O departamento jurídico não aprovará a idéia.” É muito comum ouvirmos frases como essas ao apresentarmos uma idéia criativa e inovadora. Preconceito, como a própria etimologia já diz, é um pré-conceito que nem sempre se aplica à situação ou que carece de fundamentos mais concretos.”Por quê?” é a pergunta mais adequada para questionar um preconceito.
7. Permita-se experimentar Punir alguém por seus erros é um dos grandes inibidores da criatividade nas empresas. As pessoas, com medo de punição, tornam-se omissas. Uma pessoa omissa pode não cometer falhas, mas também não traz nenhum benefício para a empresa.
8. Valorize a iniciativa Quando alguém trouxer uma idéia, agradeça-lhe, mostre-se realmente interessado e considere a aplicabilidade da questão. Isso não significa que a idéia seja boa, exequível, interessante ou compatível com os objetivos da empresa. E, se ela não for aproveitável, explique clara e sinceramente o porquê ao autor. Em seguida, estimule-o a dar novas idéias sobre outros assuntos. Com isso, a pessoa se sentirá valorizada e terá orgulho em continuar usando a própria criatividade em benefício da empresa.
9. Apóie Dê suporte para os que se esforçam para ter idéias e buscar novos caminhos, soluções, melhorias, reduções de custo e outros.
10. Proporcione recursos Existem vários tipos de idéias. Algumas são de tão simples execução, baratas ou benéficas que nos dão motivo para exclamar:”Poxa! Como não pensamos nisso antes?” Há idéias que necessitam de verbas e suporte estratégico, como aquelas que requerem o desenvolvimento de produtos em laboratório. O técnico que está desenvolvendo a nova idéia certamente precisará comprar materiais para os testes, encomendar serviços externos, utilizar matérias-primas etc. Se ele não tiver recursos para trabalhar, sua idéia não saíra do papel. Nesse caso, a empresa corre o risco de perder competitividade ou permitir que a concorrência lance algo similar.
11. Questione as normas Um dos grandes inibidores da criatividade e da inovação são as normas da empresa. É claro que nenhuma organização pode prescindir de normas, pois sua administração seria caótica. Mas muitas dessas regras, que foram importantes quando criadas, perderam o sentido com o passar do tempo e as mudanças nos negócios e no mundo. Uma norma que perdeu o sentido só serve para bloquear a criatividade e a inovação na empresa, porque sempre haverá um burocrata para dizer com todo entusiasmo:”A norma não permite.” Por isso, estimule o questionamento das normas. Avalie se as regras vigentes ainda fazem sentido ou se existem porque ninguém parou para questioná-las. O excesso de normas engessa o cérebro das pessoas e, consequentemente, reduz a competitividade da empresa.
12. Desenvolva novos produtos Alfred Zein, presidente da Gillette, disse certa vez: “Novos produtos, esse é o nome do jogo. Brevemente, 50% dos novos produtos não existiam cinco anos atrás.” Com suas marcas Duracell, Parker, PaperMate, Toillette ou Oral-B, a Gillette mantém a liderança por meio da inovação e do constante lançamento de produtos. Os aparelhos de barbear foram inovadores desde a sua primeira versão, há mais de 60 anos. A contínua renovação do produto, que teve como marco o surgimento dos modelos descartáveis, continua até hoje com o recém-lançado Match III Turbo, nos EUA. O que mede os ganhos obtidos com tanta inovação é o mercado consumidor de 700 milhões de usuários de aparelhos Gillette em 200 países. Agora, uma frase de Bill Gates em reunião com seus funcionários: “Precisamos deixar nossos produtos obsoletos antes que os concorrentes o façam.” Acredito que a menção desses dois empresários dispensa qualquer comentário adicional sobre a importância da criaçào de produtos inovadores no mercado.
fonte:Pense Diferente |
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