A farmacoeconomia é uma disciplina nova cujo corpo de conhecimentos está pautado na economia da saúde – especialidade surgida nos países desenvolvidos no período pós-guerra, como uma estratégia para melhorar a eficiência dos gastos no sistema de saúde.
Ela pode ser definida como sendo a descrição e a análise dos custos da terapia farmacêutica para os sistemas de assistência a saúde e para sociedade.
Ela identifica, mede e compara os custos e conseqüências de produtos e serviços farmacêuticos.
A farmacoeconomia representa um valioso instrumento de apoio para tomada de decisões, que envolvem avaliação e direcionamento de investimentos baseados numa distribuição mais racional de recursos, permitindo aos profissionais que atuam n área da saúde, conciliar necessidades terapêuticas com possibilidades de custeio individual, seja das empresas provedoras de serviços ou de sistemas de saúde.Isto tem permitido incorporar um novo critério – o econômico – na escolha de alternativas terapêuticas.
Assim, a função da farmacoeconomia consiste em identificar, medir e valorizar os custos e conseqüências das alternativas terapêuticas partindo do juízo de valor de que os recursos devem ser preferencialmente utilizados na produção de bens e serviços que geram maiores ganhos de saúde, em relação aos seus respectivos custos, observando deste modo o princípio normativo da eficiência econômica.
A importância dos estudos nessa área provém não de justificativas acadêmicas ou políticas, mas da constatação de que os gastos com saúde vêm crescendo em ritmo acelerado em âmbito mundial, preocupando usuários, governos e a sociedade como um todo.
Ela nos ajuda a responder perguntas como: qual a melhor droga para um determinado paciente? Qual a melhor droga para uma indústria farmacêutica desenvolver ou para um país investir? Quais drogas devem ser incluídas num protocolo médico? Qual o custo por qualidade de vida por uma droga? A qualidade de vida do paciente irá sofrer uma melhoria pela adoção de uma determinada terapia? Quais são os resultados para o paciente das várias modalidades de tratamento?
A indústria farmacêutica é um dos setores da sociedade que mais tem incorporado os estudos farmacoeconômicos como suporte nas decisões de investigar e desenvolver novos medicamentos.
Eles ajudam na definição de estratégias de marketing, auxiliam na definição de preços, na inclusão de medicamentos em formulários e recomendações terapêuticas junto ao Ministério da Saúde ou agencia de vigilância sanitária.
Outra finalidade desses estudos é auxiliar as comissões de farmácia e terapêutica existentes nos serviços públicos e hospitais, na decisão de incorporar medicamentos nos guias farmacoterápicos.
Estas comissões são responsáveis pela elaboração e manutenção atualizada de guias de medicamentos.
A aplicação clínica dos estudos farmacoeconômicos pode, também, beneficiar pacientes, profissionais envolvidos na assistência e a sociedade como um todo, incrementando a qualidade da assistência prestada e racionalizando os recursos.
á os planos de saúde têm aplicado os estudos farmacoeconômicos na prática de gerenciamento da doença, que significa estudar quais as doenças crônicas e opções de tratamento que permitem aumentar a sobrevida e reduzir os custos globais.
O campo de pesquisa de farmacoeconomia está em evolução e torna-se cada vez mais necessário na avaliação de tecnologias em saúde.
O objetivo de uma avaliação econômica não dever ser cortar custos e sim usar os recursos escassos de forma mais eficiente para melhor qualidade no cuidado à saúde da população e neste sentido a farmaconomia é um instrumento indispensável a todos os profissionais envolvidos na área da saúde.
Giácomo Balbinotto Neto
(Professor de Economia do PPGE/UFRGS e pesquisador do IATS/UFRGS)
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